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Novo Ensino Médio: um guia para famílias

06 de abril de 2022

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  • gestão escolar
  • itinerários formativos
  • sistema de ensino

Novo Ensino Médio: um guia para famílias

O Novo Ensino Médio, tal como é conhecido hoje, é dividido em três anos e compõe a última etapa de formação na educação básica. Este é também um período importante na trajetória escolar do estudante, pois, a partir dele, a jornada do estudante divide-se entre duas possibilidades: o ingresso no mundo do trabalho e/ou a continuação dos estudos.

Ao longo da última década, a educação vem sendo constantemente repensada para corresponder às demandas contemporâneas. Nesse sentido, em 2017, o governo federal propôs, por meio da Lei nº 13.415, a reformulação dessa etapa de ensino.

O Novo Ensino Médio, conforme foi nomeado, refere-se a um conjunto de mudanças que devem ser adotadas nas escolas públicas e privadas a partir deste ano de 2022, com previsão de plena efetivação até 2024.

Na prática, essa reformulação traz três grandes novidades: a implementação gradativa da educação de tempo integral para o Ensino Médio, o que significa um aumento da carga horária, a autonomia dos estudantes que passam, nesse modelo, a escolher parte dos conteúdos curriculares a serem cursados, e a preparação para o mundo do trabalho.

Com a adesão e a progressiva adaptação às diretrizes que regem esse novo modelo, muitos estudantes, pais e responsáveis buscam esclarecer dúvidas pertinentes ao funcionamento prático dessas mudanças no contexto escolar. Por isso, o Poliedro Colégio preparou um artigo com todas as informações e dúvidas relacionadas ao Novo Ensino Médio. Assim, você poderá compreender melhor o que são os Itinerários Formativos e quais são as novidades que agora farão parte da formação dos jovens e os seus benefícios. Acompanhe a leitura!

1 – O que é o Novo Ensino Médio?

O Novo Ensino Médio trata-se de um conjunto de reformulações de práticas pedagógicas e conteúdos curriculares que têm como objetivo principal atender às necessidades dos estudantes. Esse modelo alia a teoria presente nas áreas do conhecimento aprendidas na escola, e prática, buscando ampliar o interesse dos jovens pela educação, fazendo-os protagonistas do processo de ensino, conforme indicado no portal do Ministério da Educação.

Com isso, objetiva-se assegurar a permanência, a aprendizagem escolar, o pleno desenvolvimento de conhecimentos, habilidades, valores que possibilitem ao educando uma formação integral e o prepare para desafios pessoais, profissionais, sociais, culturais e ambientais da contemporaneidade e do futuro.

2 – O que motivou a reelaboração do modelo de Ensino Médio?

Sabemos que a educação é um direito inalienável, garantido pela Constituição Federal de 1988. Ou seja, não podem ser retirados por outrem nem podem ser voluntariamente cedidos por ninguém. Para a plena efetivação desse direito, cabe ao Estado ofertar educação básica gratuita e de qualidade, da pré-escola (creche e Educação Infantil) ao Ensino Médio para os cidadãos.

Nesse sentido, um dos objetivos firmados nos documentos legais que direcionam o modo como a nossa educação funciona, como a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), é ampliar, cada vez mais, esse acesso e  universalizá-lo. Em outras palavras, para que esse direito seja de fato uma garantia, o cidadão precisa exercê-lo plenamente.

3  Quais as mudanças previstas no Novo Ensino Médio? O que são os Itinerários Formativos?

3.1 Aumento de carga horária

O Ensino Médio seguirá dividido em três anos (1º, 2º e 3º séries), mas, dentro do novo modelo, a carga horária aumenta e passa a ser de 3.000 horas letivas, distribuídas ao longo de três anos e divididas da seguinte forma:

– 1.800 horas serão dedicadas à Base Curricular Comum;

– 1.200 horas serão destinadas ao chamado Itinerário Formativo, do qual falaremos adiante.

Para que essas horas sejam de fato cumpridas, a expectativa é de ampliação da educação de tempo integral. Nesse modelo, o estudante terá a possibilidade de dedicar mais tempo à sua formação.

3.2  Flexibilização do currículo

Formação Geral Básica

A Formação Geral Básica refere-se aos componentes curriculares comuns a todos os estudantes. Esses componentes estão presentes em quatro grandes áreas do conhecimento. O ensino delas é obrigatório e deve ser garantido pelas instituições de educação básica. Hoje, as áreas do conhecimento definidas pela BNCC são:

  • Linguagens e suas Tecnologias (Língua Portuguesa, Inglês, Arte e Educação Física);
  •   Matemática e suas Tecnologias (Matemática);
  • Ciências da Natureza e suas Tecnologias (Biologia, Química e Física);
  • Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (História, Geografia, Sociologia e Filosofia).

Essas grandes áreas correspondem à estrutura do Enem e, no Novo Ensino Médio, continuam vigentes. Ou seja: o estudante terá acesso, dentro das 1.800 horas, ao estudo de todos esses componentes. No entanto, apenas Língua Portuguesa e Matemática são obrigatórias em todos os anos do Ensino Médio. Além destas, o ensino de Língua inglesa também se torna obrigatório por lei, sendo facultado à escola oferecer também o ensino de outra língua estrangeira, como o Espanhol.

Itinerários Formativos

Nesse novo modelo, foram criados os Itinerários Formativos (Saiba mais). Eles devem corresponder a 40% do currículo e são a parte considerada adaptável.

Os itinerários funcionam como uma formação extra que o estudante poderá escolher conforme os seus interesses e objetivos. Ou seja: além de aprender as matérias previstas pela Base Comum Curricular , haverá a possibilidade de optar por uma outra formação complementar e, a partir dela, construir uma trajetória de ensino única, de acordo com o perfil de cada estudante.

Essa estratégia potencializa o protagonismo dos estudantes, colocando-os no centro no próprio processo de ensino. A intenção é que, com essa reformulação, os estudantes possam aprofundar competências e habilidades básicas e se preparar para os desafios do futuro. A escola, nesse contexto, articula-se ainda mais com demandas do mundo real.

No caso do Poliedro, as ofertas e a organização dos itinerários são elaboradas pelos sistemas de ensino, e a previsão é que sejam ofertadas pelo menos duas atividades dentro dos itinerários. A finalidade é tornar a educação básica mais atrativa e conectada aos anseios dos adolescentes.

Leia mais em: Itinerários Formativos: O processo de avaliação no novo ensino médio.

Além disso, o Poliedro organiza seus Itinerários Formativos a partir de quatro eixos estruturantes: Investigação Científica, Processos Criativos, Mediação e Intervenção Sociocultural e Empreendedorismo, definidos pelo Ministério da Educação, no documento: “Referenciais para Elaboração”.

Investigação Científica

Este eixo é orientado com o intuito de ampliar a capacidade dos estudantes de investigar a realidade, compreendendo, valorizando e aplicando o conhecimento sistematizado. Aqui serão incentivadas práticas e produções científicas relacionadas a uma ou mais áreas de conhecimento, à formação técnica e profissional, bem como à temáticas de seu interesse. Em suma, nesse itinerário, o estudante terá a chance de aprofundar conhecimentos, além do contato com o processo de pesquisa.

Processos Criativos

Neste eixo, os educandos terão a oportunidade de expandir a capacidade de idealizar e realizar projetos criativos relacionados a uma ou mais áreas de conhecimento, à formação técnica e profissional ou a outras temáticas de seu interesse.

Mediação e Intervenção Sociocultural

O objetivo deste eixo é incentivar que os estudantes aprendam a utilizar conhecimentos relacionados a uma ou mais áreas de conhecimento, à formação técnica e profissional para realizar projetos que contribuam de forma positiva com problemáticas contemporâneas relacionadas à sociedade e ao meio ambiente.

Esse itinerário formativo enfatiza os princípios de cidadania e participação ativa presentes na formação escolar.

Empreendedorismo

Aqui o adolescente será incentivado e direcionado a mobilizar conhecimentos de diferentes áreas para empreender projetos pessoais ou produtivos articulados ao seu projeto de vida.

Baseados nesses quatro eixos, as escolas devem oferecer pelo menos 400 horas anuais para a realização de atividades (o que totalizará, ao final do novo Ensino Médio, o total de 1.200 horas). O estudante, por sua vez, terá autonomia para decidir qual atividade dialoga mais com seus objetivos e interesses e desfrutará de uma jornada única.

Por fim, esses quatro eixos estruturantes serão base para integralizar os diferentes arranjos dos Itinerários Formativos. Esses itinerários terão como foco uma ou mais Áreas de Conhecimento (Linguagens e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas), a combinação de uma Área de Conhecimento com a Formação Técnica e Profissional ou apenas a Formação Técnica e Profissional.

4- Projeto de vida

As escolhas dos Itinerários Formativos serão condizentes com o perfil do estudante e com seus objetivos para a vida adulta.

Nesse sentido, o Ensino Médio traz mais uma novidade: o projeto de vida, que nada mais é do que um componente curricular a ser cursado a partir do primeiro ano do Ensino Médio ou ao longo de três anos. Caberá à escola organizar de que forma o projeto será inserido no cotidiano dos estudantes.

O projeto de vida será um espaço em que, orientados por um profissional, os adolescentes terão a chance de descobrir suas próprias habilidades, seus desejos, sentimentos e como articulá-los a um planejamento pessoal para o futuro. Ademais, trazer o “planejamento de vida” para a sala de aula é ideal para que os jovens consigam elaborar questões acerca do seu papel social no mundo, sobre quem são e o que desejam ser.

Nesse sentido, esse projeto será desenvolvido a partir de três pilares que compõem a nossa existência enquanto sujeitos sociais. São eles:

Projeto de vida pessoal

No âmbito pessoal, o adolescente será incentivado a produzir, por meio de atividades em grupo, seu autoconhecimento. Aqui, ele aprofundará os conhecimentos sobre si e se reconhecerá como sujeito da própria jornada.

Nesse campo, ele passará a compreender o que faz parte da sua identidade pessoal, quais são os aspectos da sua personalidade, seus desejos, suas paixões, habilidades e limitações. As experiências construídas na dimensão pessoal podem contribuir para que o estudante elabore noções mais articuladas sobre autoconhecimento, autovalorização e autoestima.

Esses fatores, orientados de forma cuidadosa, podem colaborar com o crescimento emocional dos jovens.

Projeto Social

Na dimensão social, as atividades, também feitas majoritariamente em grupo, serão voltadas para a importância das relações interpessoais que fazem parte do nosso cotidiano.

Essa dimensão coloca em pauta a construção do senso de responsabilidade, princípios de ética, empatia e bem comum, indispensáveis para a vida em sociedade. Além disso, são temas desse campo as relações que estabelecemos com o mundo e com os nossos territórios.

Quando se propõe a pensar, na escola, a vida social e os espaços habitados enquanto humanidade, o estudante amplia o leque de sua formação integral, visto que passa a se preparar para o exercício da cidadania ativa e poderá, quem sabe, colaborar com soluções criativas para os problemas coletivos.

Projeto profissional

No eixo profissional, os estudantes estarão preparados para lidar com o mundo do trabalho contemporâneo. A velocidade dos processos e o surgimento de novas plataformas de comunicação fazem surgir também novas demandas no campo das profissões.

Hoje em dia, o conceito de vocação, a capacidade inata para atuar profissionalmente em determinado campo, tem sido amplamente combatido, pois acredita-se em maior flexibilidade e interesse múltiplos em campos diversos. Nesse sentido, na dimensão profissional, o objetivo é incentivar os estudantes a descobrirem e desenvolverem as próprias aptidões sem perder de vista o mercado de trabalho atual e suas possibilidades.

5- O Enem e o novo Ensino Médio

O Enem está articulado à Base Nacional Comum Curricular, a BNCC, e avalia os conhecimentos presentes nessa estrutura curricular. Todos os estudantes, sem exceção, têm acesso aos conteúdos prescritos nessa base, e isso não foi alterado no Novo Ensino Médio.

No entanto, é provável que as novas dinâmicas inseridas no Ensino Médio mudem, gradativamente, alguns aspectos de avaliação do exame, mas essa mudança não será imediata. Ainda não há orientação nesse sentido por parte das instâncias responsáveis.

É provável que até 2024, ano em que a reformulação do Ensino Médio deve ser universalizada, deparemo-nos com novidades nos conteúdos da avaliação. 

Você pode se interessar também por:  Tudo o que você precisa saber sobre as inscrições do Enem 2022.

6- As vantagens da reformulação

 A vida é dinâmica, e a educação deve acompanhar esse movimento. O novo Ensino Médio concretiza práticas e pensamentos que permitem que os adolescentes se desenvolvam em todos os aspectos, com orientação adequada e cuidado. Além disso, sua organização tende a tornar o ensino mais interessante.

Dentre as principais vantagens que o modelo apresenta, destacamos:

  • a autonomia para escolher o que se deseja aprender;
  • o estudante é protagonista do seu processo educativo;
  • a ênfase na formação integral do sujeito;
  • a possibilidade de formação técnica;
  • o preparo para os desafios contemporâneos;
  • o alinhamento entre teoria e prática.

O ensino no Poliedro Colégio está alinhado com muitos dos valores preconizados pela reformulação do Ensino Médio, pois, aqui, priorizamos a formação integral dos estudantes, em todos os aspectos que envolvem a sua vida dentro e fora da escola. Além disso, as nossas ações têm o educando e o desenvolvimento de suas habilidades como prioridades centrais. Com o Novo Ensino Médio, esses aspectos de ensino-aprendizagem serão ainda mais priorizados.

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